Fotos: Gabriel Haesbaert (Diário)
Laura e o marido, Sandro (à frente), são companheiros na condução dos voluntários
Para ela, o desejo de ser solidária foi resultado de uma inspiração divina. A empresária de bufês Laura Silva, 36 anos, já frequentava o Templo das Nações quando recebeu um convite para fazer parte do Centro de Missões Evangelho para as Nações (Cemepan), grupo de projetos sociais da igreja fundado em 2004. Durante oito anos, Laura e o marido, Sandro Silva, 47, passaram a fazer parte do grupo, que se tornou uma segunda família para eles. Entre risotos beneficentes, mutirões em frente a pronto-atendimentos e campanhas de doação de sangue, a voluntária ganhou o respeito e o carinho do membros do projeto. A relação com o Cemepan deu tão certo, que, neste ano, Laura foi escolhida coordenadora do grupo.
- Fazer o bem foi algo que brotou no meu coração. Deus nos ensinou a cuidarmos uns dos outros e a nos amarmos. Quando todo mundo faz um pouquinho, ele vira um "poucão". Precisamos fazer isto para melhorar a vida do próximo - conta Laura.
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Os projetos do Cemepan são variados. Em uma semana, o grupo pode fazer um risoto para arrecadar fundos para alguma instituição beneficente da cidade. Em outra, os cerca de 20 membros do centro se revezam e se vestem de personagens infantis e palhaços para levar animação e doces para crianças que estejam esperando, em filas ou dentro de um hospital. Além disso, campanhas de doação de sangue também são realizadas. Mas é o suporte aos pacientes presos a longas e demoradas filas em postos de saúde o que realmente aquece o coração de Laura - ela e os companheiros levam sanduíches, sucos e café para tornar a espera menos sofrida e mais saborosa.
- As crianças adoram as fantasias dos personagens. E ainda há as vezes em que entregamos um café ou um sanduíche para pessoas que estão esperando em uma fila de pronto-atendimento, ou que não têm dinheiro, e elas se emocionam. É importante levar sorrisos para as pessoas - diz a líder do grupo.
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Ainda de acordo com a voluntária, os benefícios da solidariedade não são exclusividade de quem é ajudado. Quando ajudam a alimentar e a curar tristezas e inseguranças de pessoas que precisam de apoio, os voluntários também se tornam pessoas melhores.
- Quando visitamos uma pessoa doente, percebemos que a vida, na verdade, é boa. O trabalho, este chamado de Deus, te preenche. Mas não para por aí. Temos algumas outras coisas em mente para fazer no futuro - revela.
INSPIRAÇÃO
Desde 2004, grupo dá show em filas de pronto-atendimento
A cozinheira Cloir Martins da Silva, 56 anos, trabalha com Sandro e Laura nos serviços prestados à comunidade. Segundo ela, a importância da liderança e companhia dos amigos só não é maior que o trabalho realizado pelo grupo. Ela não vê alguma ação social do Cemepan se sobressair em relação a qualquer outra - todas, para ela, são fundamentais.
- Tudo o que é feito pelo nosso grupo é feito pelo bem-estar coletivo. Tudo, para a gente é muito importante - concorda.
Após tantas jornadas e iniciativas, a estudante de um curso técnico em Enfermagem Vanessa Moraes, 33 anos, declara-se grata aos colegas de trabalho social, e, especialmente, à coordenadora da turma.
- A Laura não faz as coisas para aparecer. Para ela, dói ver os outros passando frio, fome ou necessidade. Nos dias de hoje, é disso que as pessoas precisam: amor, carinho e afeto - opina.